Não há como deixar de falar do incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro, justamente na semana que antecede as comemorações cívicas da nação.
Mesmo que as palavras não consigam expressar meu sentimento de tristeza, de revolta, fica aqui a minha indignação com os nossos governantes, que continuam a fechar os olhos para as tragédias anunciadas.
Por quantas vezes teremos que sofrer diante de fatos de tamanha irresponsabilidade dos líderes, os quais elegemos e que não se importam com o país?
Desta vez, a catástrofe fere a nossa herança cultural e deixa as gerações futuras órfãs de patrimônio histórico, científico, antropológico, … Enfim, a maior destruição de nossas relíquias do passado e do passado de outras nações que nos confiaram algumas de suas peças preciosas para o conjunto de obras do museu.
Foi-se embora o quinto maior acervo do mundo e talvez, incluindo-se aí, o fóssil da Luzia, de 12 mil anos, orgulho das nossas Gerais e das Américas. Vamos esperar por um milagre. Quem sabe tenha se escapado das chamas.
Resta-nos, agora, depois dessa tragédia imensurável, acreditar nas promessas de verbas para revitalizar o prédio do museu e o que dele restou, através de recursos emergenciais. Mas afinal, recuperar o quê? Tomara Deus que algo do acervo possa ser recuperado, o que aguardamos com muita ansiedade.
O certo é que nada temos a comemorar nesta semana da pátria, a não ser vivenciar o luto pela destruição de anos e anos de nossa história.
Vale ainda lembrar que o museu foi também local da assinatura da Independência do Brasil. Sem dúvida, 7 de setembro de 2018 será marcado por uma grande comoção do povo brasileiro que perde parte do registro de suas memórias.