Na última semana, o tema das aulas de redação do 3º ano do Ensino Médio foi sobre “Os impactos da pandemia na vida das mulheres brasileiras” e veio para mostrar como a sociedade patriarcal tratou a mulher ao longo da história, mantendo o sexismo doméstico, profissional e social. Aproveitando o Dia Internacional da Mulher, a turma debateu sobre os vários movimentos para a conquista de direitos sociais e políticos das mulheres que ficaram marcados na história.
Na atualidade, as mudanças na dinâmica familiar, forçadas pela pandemia, afetaram especialmente a rotina de mulheres dentro de casa. A afirmação vem de uma pesquisa divulgada pelo Núcleo de Pesquisa Interdisciplinar Sociedade, Família e Política Social (Nisfaps) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Conforme o estudo, o acúmulo de tarefas domésticas e o apoio às crianças estudando em casa pesou mais para o sexo feminino.
As mulheres, especialmente as mais pobres, chefes de família e com filhos, foram afetadas de diversas maneiras: perda da renda, falta de creches e escolas, impossibilidade de adotar medidas de distanciamento social e o aumento da violência doméstica são alguns dos fatores que mais tiveram impacto sobre suas vidas. A gravidade desses “efeitos colaterais” da pandemia sobre as mulheres se torna evidente diante de dados trazidos pelo Monitor da Violência. Os números mostram um aumento nos homicídios de mulheres e feminicídios em 14 e 11 UFs, respectivamente, no primeiro semestre de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019.