HÁBITOS DE ESTUDOS PARA O SUCESSO ESCOLAR

A IMPORTÂNCIA DE CRIAR HÁBITOS DE ESTUDOS PARA ALCANÇAR SUCESSO ESCOLAR

O sucesso escolar é algo muito desejado e almejado pelos alunos e pais, e para alcançar este nível de sucesso, alguns fatores são determinantes como, por exemplo: estímulo, incentivo, facilidade de aprendizagem, curiosidade, interesse, atenção, motivação, dedicação, disciplina, organização, envolvimento, experiências, dentro outros…

Sob essa perspectiva, sabemos também que a rotina escolar tem um papel fundamental na construção de aprendizagens significativas. Isso ocorre porque o cérebro passa a reconhecer o estudo como um hábito, preparando-se para um ciclo de maior concentração. Além disso, a rotina aumenta a produtividade dos estudos e cria uma constância de aprendizagem, que permite ao estudante perceber seu desenvolvimento continuamente, fato que fará toda a diferença em sua motivação e autoconfiança.

Nesse sentido, é notório que, no que tange ao fracasso escolar, na maioria das vezes esse está intimamente relacionado com a ausência ou forma inadequada de estratégias de estudos ou pela inexistência desse hábito. Ademais, muitos alunos demonstram atitudes resistentes para com estudo, sinalizando uma enorme desmotivação em relação às atividades escolares e, por essa razão, dedicando pouco tempo. Sem contar que no ambiente familiar são muitos os atrativos, inclusive, a própria internet, que disponibiliza vários entretenimentos que acabam distraindo grande parte dos estudantes.

Outrossim, compreendemos que uma rotina de estudos exige do aluno, como citado, muita dedicação e organização, uma vez que é necessário investimento de tempo, planejamento da rotina, seleção das disciplinas que serão estudadas, elaboração de um cronograma de tarefas semanais, preparação do espaço, organização do material, entre outras ações.

Contudo, todo esse processo não é tarefa fácil, dessa forma, a orientação e o apoio ao estudante, devem ser muito bem alicerçados e alinhados entre a equipe pedagógica e a família, pois, criar uma rotina de estudos diário é fundamental para manter o bom desempenho escolar, na qual o aluno será oportunizado a aprender não somente o que é ensinado ou desenvolvido em sala de aula, como também, passará a desenvolver hábitos que serão essenciais futuramente, como análise crítica e engajamento.

No entanto, muitos pais sentem dificuldade em orientar os filhos e, até mesmo, fazer com que cumpram com seus deveres escolares. Ao mesmo tempo, as crianças perdem facilmente o interesse pelos estudos quando não são guiadas por uma rotina de afazeres bem definida. Dessa forma, é preciso diálogo e estabelecer combinados, organizar o tempo do estudante de forma que ele consiga realizar suas tarefas e ainda sobra tempo para realizar outras funções que o agrada, principalmente relacionadas ao lazer e brincadeiras.

Sob essa ótica, a ideia é estudar todos os dias um pouco, sem deixar acumular para o dia que antecede a prova. Logo, não é legal estudar especificamente para as provas, o certo é estudar inicialmente 15 minutos diariamente e gradativamente aumentar este tempo para 30 a 40 minutos. Também não é necessário ficar tempos longos estudando, pois, o objetivo é aproveitar o tempo e estudar com dedicação, foco e determinação, de forma intencional, revisando o conteúdo ministrado em sala de aula. Vale também pesquisar e utilizar ferramentas que contribuem com o aprendizado, como por exemplo a Plataforma do Meu Bernoulli XP.

Em conclusão, é de suma importância determinar um horário específico diariamente para o aluno realizar as tarefas direcionadas para a casa. Essas precisam ser realizadas com atenção, foco e capricho, pois, o dever de casa já é uma forma de rever o que foi realizado em sala de aula. Assim, seguem algumas dicas para nortear essa estruturação e facilitar a vida dos pais de dos alunos:

  • Crie um cronograma de estudos;
  • Determine o tempo de estudos;
  • Faça a divisão do conteúdo a ser estudado por dia, cada dia, estude uma disciplina;
  • Procure estudar no mínimo 30 minutos por dia;
  • Tenha cuidado para não perder o foco com notificações de redes sociais;
  • Faça um intervalo de 10 a 15 minutos entre o para casa e os estudos;
  • Durante o intervalo, não acesse o celular, procure mudar completamente de atividade, priorizando relaxamento para o cérebro;
  • Estude regularmente todos os dias;
  • Reserve um ambiente adequado e tranquilo;
  • Leia com frequência;
  • Faça resumos e seja curioso;
  • Grife as palavras diferentes e pesquise o significado delas no dicionário;
  • Seja curioso e busque as informações que considerar relevantes;
  • Tenha foco;
  • Ensinar o que aprendeu também é uma ótima maneira de reforçar os conhecimentos e ter interesse em buscar saberes.

Porém, lembre-se: criar o hábito de estudo tem uma significativa relação com o desempenho e o sucesso escolar, mas sua importância vai além, pois, motiva, gera autonomia e proporciona gerir atividades cotidianas e a própria vida com satisfação e prazer.

Fica a dica!

Um forte abraço!

Kênia Werneck

APRENDER A APRENDER

A aprendizagem é uma ação dinâmica, diversificada e contínua, que se concretiza através da interação social de forma espontânea ou planejada.  O ato de educar é uma ação que acontece através do exemplo, do estímulo, do aguçar a curiosidade, do promover interesse pelo saber e consequentemente de sentir a necessidade de explorar, experimentar e identificar o gosto de aprender cada vez mais.

O processo de ensino e aprendizagem não deve ser considerado algo simples, inclusive, é uma atuação complexa que envolve uma série de questões, tanto ligada ao sistema cognitivo, como no próprio interesse de cada um, ou particularidade, valor, desejo e vontade. Neste contexto, o professor tem a função fundamental no desenvolvimento do educando, pois, contribui de forma significativa para o desenvolvimento da aprendizagem, servindo de mediador na conscientização e busca do sentido da importância do ato de aprender. Desse modo, devemos entender que o aluno é um ser ativo, construtor do seu próprio conhecimento e, nesse processo, deve ser respeitado em suas particularidades, individualidades e desenvolvimento natural.

Uma questão fundamental para a educação atual consiste na necessidade de estimular o aprender a aprender, enfatizando a aprendizagem humana que acontece de forma processual e contínua. O aprender a aprender é condição essencial no processo de valorização do educando como um pesquisador ao longo de toda a sua vida, como ser autônomo, livre, ativo e participativo na sociedade da qual ele faz parte.

Dessa forma a aprendizagem está ligada à valorização das potencialidades e singularidades de cada um, a atividade do sujeito diante dos desafios propostos pela situação de ensino e à mediação do outro. O sujeito é social e ativo em seu meio cultural. Para Bossa (2000), atualmente a Psicopedagogia trabalha com o conceito de aprendizagem que conduz a uma visão de homem como sujeito ativo num processo de interação com o meio físico e social. Nesse processo, participa um equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma como o sujeito se relaciona com o meio. Essas disposições influenciam e são influenciadas pelas condições socioculturais do indivíduo e do seu meio.

A aprendizagem não pode ser considerada estática, o conhecimento está em constante transformação, e é necessário adaptarmos e acompanharmos as mudanças na busca pelo conhecimento, para que não nos tornemos ultrapassados.

Dessa forma, o aprender a aprender é uma habilidade incessante e inerente ao ser humano que está em constante busca de conhecimentos.

Kênia Werneck – Coordenadora Pedagógica

A CULPA NÃO É NOSSA USO EXCESSIVO DE TELAS

Precisamos estar atentos! Existe um vício assolando esta geração. Não é recente o reconhecimento de que é a família o primeiro núcleo de aprendizagem de comportamento para as crianças e os jovens, e de que são os pais os primeiros responsáveis pela modelagem de muitas condutas que farão parte do repertório comportamental da vida estudantil e social apresentado pelos filhos em diversas situações.

Estudos mostram que grandes empresas recebem bilhões para que nossas crianças se “alimentem” de jogos, vídeos, propagandas que nada vão agregar a cultura de vida diária.”

As crianças e adolescentes usam celulares e tablets porque nós, adultos, os apresentamos a eles e muitas vezes também estamos com a mesma conduta do uso excessivo. E por que deixamos nossos filhos ficarem na tecnologia? “Porque é fácil”; “Porque precisamos de uma pausa”; “Porque precisamos de tempo para outras coisas”;

As mídias são fontes de dopamina que é um neurotransmissor responsável por levar informações para diversas partes do corpo, e quando liberada gera sensação de prazer e motivação.

Acontece que os cérebros das crianças e adolescentes não estão preparados para esse bombardeio de informações e emoções.  Atualmente o uso exagerado de telas é considerado um grande problema visando várias consequências indevidas e causando dependência, ansiedades, impulsividade e visão distorcida do mundo, como níveis elevados de estresse, sentimentos negativos, fuga, alívio, autoestima rebaixada, ou falta de socialização.

As crianças e jovens estão dependentes dos gatilhos dopaminérgicos. Se alimentando com os olhos fixados em telas de celulares ou tablets.  Deixando de se comunicarem com as famílias e passando horas divagando por botões frios e presos as telas em um mundo cheio de cores, sons e ações que não são naturais. Como o verde do campo, o som dos passarinhos ou o brincar efetivos para sobrevivência da essência do ser humano.

Apesar de muitas famílias continuarem sua trajetória de trabalho as férias escolares é um momento especial para estarmos mais próximos de nossos filhos. E podemos sim, propor um “jejum digital” para todos.

Detox digital nestas férias? Vamos lá?

Parece tarefa impossível? Mas não é, acredite! Comece com 15 minutinhos diários e depois vai aumentando gradativamente este tempo.

 

Aí vão algumas dicas para desativar os gatilhos mentais contaminados pelas telas:

 

  • Para crianças ofereça: Blocos de montar para estimular a coordenação motora e o raciocínio lógico, gibis, cruzadinha (Revista Picolé), etc. Brincar é a principal ocupação das crianças e por isso elas adoram. Se estiverem juntos que tal: brincar de Morto-vivo, Telefone sem fio, Estátua, Detetive, Dança das cadeiras, quente ou frio entre tantas outras. Passeios aos parques, museus, espaços ecológicos.

 

  • Para adolescentes incentive: Escrever um diário, jogos de tabuleiro, aprender outro idioma, caminhada, conhecer a biblioteca da cidade, aprender truques de mágica, instrumentos musicais, encontro com os amigos em um espaço ecológico e esportes em geral.

 

Portanto, apesar das vantagens dos dispositivos, muitas vezes é necessário aprender a se desconectar das telas e se conectar com muito amor ao próximo. Vai valer muito a pena!

 

Cláudia Amorim,

Orientadora SOE,

Colégio ICJ.

A importância do dever de casa

O dever de casa é uma valiosa estratégia de ensino que estimula o desenvolvimento do aluno, promovendo assim, o hábito de estudo diário. Dessa forma, a tarefa de casa cumpre um papel fundamental no processo de autoaprendizagem, autoconhecimento, reflexão, expressão, estudo e crescimento pessoal. Além disso, as tarefas servem como um instrumento de aprendizado, já que os professores podem observar o desempenho do aluno e enxergar possíveis dificuldades no momento da correção. Assim, é importante enfatizar que a rotina de estudos não acaba quando a aula termina, o estudo deve continuar e a lição de casa é uma forma de fazer com que isso aconteça.

A atividade que o aluno faz em casa serve para reforçar o que foi desenvolvido em sala de aula, dando a oportunidade ao educando de “afixar” melhor o que foi trabalhado.  No momento da correção, o professor tem a oportunidade de verificar quais são as dificuldades e facilidades dos alunos, promovendo assim, um “reforço” nas habilidades necessárias para que o processo ensino e aprendizagem aconteça de maneira satisfatória.  O momento da correção também é uma ação onde se desenvolve algumas habilidades, como por exemplo, saber ouvir, olhar para quem está falando, levantar a mão para pedir a fala, organizar as ideias, ler e responder oralmente, acompanhar com atenção o que está sendo corrigido, completar ou corrigir os registros, afixar o conteúdo trabalhado.

Portanto, o dever de casa deve ser uma prática prazerosa para o estudante, visto por ele como um compromisso a ser cumprido. Não se deve premiá-la porque fez o dever, pois isso é “obrigação”, e nem brigar, pois o dever de casa não deve se transformar em um momento de conflito entre a criança e o adulto.

Além disso, outras questões são importantes na hora de garantir o sucesso na execução das atividades realizadas em casa; como por exemplo: espaço adequado, ambiente propício para os estudos, valorização da ação, concluir com capricho os registros, estimular o fazer bem feito, com compromisso, atenção, dedicação e interesse.

Aprender a aprender

A aprendizagem é uma ação dinâmica, diversificada e contínua, que se concretiza através da interação social de forma espontânea ou planejada.  O ato de educar é uma ação que acontece através do exemplo, do estímulo, do aguçar a curiosidade, do promover interesse pelo saber e consequentemente de sentir a necessidade de explorar, experimentar e identificar o gosto de aprender cada vez mais.

O processo de ensino e aprendizagem não deve ser considerado algo simples, inclusive, é uma atuação complexa que envolve uma série de questões, tanto ligada ao sistema cognitivo, como no próprio interesse de cada um, ou particularidade, valor, desejo e vontade. Neste contexto, o professor tem a função fundamental no desenvolvimento do educando, pois, contribui de forma significativa para o desenvolvimento da aprendizagem, servindo de mediador na conscientização e busca do sentido da importância do ato de aprender. Desse modo, devemos entender que o aluno é um ser ativo, construtor do seu próprio conhecimento e, nesse processo, deve ser respeitado em suas particularidades, individualidades e desenvolvimento natural.

Uma questão fundamental para a educação atual consiste na necessidade de estimular o aprender a aprender, enfatizando a aprendizagem humana que acontece de forma processual e contínua. O aprender a aprender é condição essencial no processo de valorização do educando como um pesquisador ao longo de toda a sua vida, como ser autônomo, livre, ativo e participativo na sociedade da qual ele faz parte.

Dessa forma a aprendizagem está ligada à valorização das potencialidades e singularidades de cada um, a atividade do sujeito diante dos desafios propostos pela situação de ensino e à mediação do outro. O sujeito é social e ativo em seu meio cultural. Para Bossa (2000), atualmente a Psicopedagogia trabalha com o conceito de aprendizagem que conduz a uma visão de homem como sujeito ativo num processo de interação com o meio físico e social. Nesse processo, participa um equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma como o sujeito se relaciona com o meio. Essas disposições influenciam e são influenciadas pelas condições socioculturais do indivíduo e do seu meio.

A aprendizagem não pode ser considerada estática, o conhecimento está em constante transformação, e é necessário adaptarmos e acompanharmos as mudanças na busca pelo conhecimento, para que não nos tornemos ultrapassados. Dessa forma, o aprender a aprender é uma habilidade incessante e inerente ao ser humano que está em constante busca de conhecimentos.

O Bullying Existe

Esta semana é considerada a semana nacional de combate ao bullying, já que o dia 07 de abril é o Dia Nacional de Combate à Agressão Sistematizada, conhecida como o Bullying. O termo surgiu na década de 80, nos Estados Unidos e tem origem na palavra bully=valentão. Até pouco tempo atrás, na nossa época de estudante, situações como a do Bullying eram denominadas ora agressão, ora “zoação”, o que demonstra que o termo é novo, mas a situação de agressão é velha. Além disso, é importante deixar claro que todo Bullying é agressão, mas nem toda agressão é Bullying.

Em virtude de vários casos e más consequências, no ano de 2016, uma Lei foi aprovada, no intuito de obrigar as escolas a lidarem de maneira mais efetiva com a situação, por isso atualmente o problema vem sendo discutido com mais leveza pela comunidade escolar e pelas famílias. É inegável o quanto ficou difícil combater o bullying em uma estrutura socioeconômica como a nossa, na qual há o encorajamento da disfunção de valores. Isso acontece porque muitas vezes a escola é responsabilizada sozinha por todos os casos, mas vale lembrar que alguns começam dentro do contexto escolar, e são sanados. Outros começam fora do contexto escolar, e assiduamente veem para a escola, só que nós geralmente não estamos sabendo o que aconteceu lá fora.

Apesar de muitos acreditarem que o Bullying no contexto escolar é uma vertente da indisciplina, isso é uma ideia totalmente equivocada, uma vez que comprovadamente o bullying acontece em 100% das escolas do mundo, independente se são públicas ou particulares. E sabe por quê? É na escola que o educando convive com a maior diversidade cultural, assim a intolerância com o diferente e os valores sociais invertidos resultam na prática da agressão sistematizada.

Outro fator de grande relevância a ser pensado é o fato de a escola ser apenas um dos contextos que preenche a corpo social da criança e do adolescente. Podemos citar, por exemplo, algumas práticas que corroboram com a violência que vem de fora para dentro, são muito comuns e acabam se tornando naturais, como por exemplo a exclusão deste ou daquele coleguinha nos momentos de lazer, ou mesmo a fala dos pais para que os filhos se afastem de um colega porque ele não é visto como uma boa companhia. Afinal, o exemplo é o melhor aprendizado, e os nossos filhos aprendem com o que damos a eles de exemplo.  Pensem nas crianças que vão ser excluídas! Parece banal e inofensivo à primeira vista, contudo é uma atitude que ensina nossos filhos a excluírem os outros, seja lá por qual pretexto ou motivo. Alguns pais podem pensar que estou sendo exagerada, que é só uma questão de afinidade. Mas, não!

Para esclarecer, existem tipos de bullying diferentes, entre eles, com avanço tecnológico, destaca-se o cyberbullying, por isso não podemos reconhecer apenas a violência física como bullying, e mais ainda, só conseguiremos debater e combater a prática violenta, se reconhecermos que ela existe. Sobretudo porque tanto as vítimas quanto os agressores precisam de ajuda.

Com o intuito de conhecermos um pouco mais sobre o problema, e criarmos estratégias de ação, assim como parcerias, sugiro a leitura da Lei, bem como das obras da pesquisadora brasileira, Cléo Fante, que estuda o fenômeno desde 2000.

Lei: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13185.htm

FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus editora, 2005.

FANTE, C. Bullying escolar. Campinas: Verus editora, 2005.

Formação socioemocional dos nossos filhos

“Rio só existe porque tem margem.

A criança só será um adulto completo se tiver limites.

Criança tem que ser monitorada.

Mãe tem que ser chata.

Filho só pode ver aquilo que é próprio para a idade dele.

Filho não pode ver aquilo que está além da sua capacidade de compreensão.

Tome a frente das regras da sua casa.

Criança não dorme com celular no quarto. Recolha. Vigie.

Criança tem que dormir com tranquilidade.

Quarto não tem que ter televisão. Quarto é para dormir.

Não compare a casa do outro com a sua.

Na sua casa você tem que cuidar da integridade mental dos seus filhos.

Criança não fica trancada no quarto jogando.

Filho tem que ‘socializar’, tem que ver, estar com pessoas. Corpo a corpo. Olho no olho.

Criança que é rejeitada por outros tem uma tendência a buscar redes sociais. Cuidado. Isso pode causar dependência.

Precisamos ter a coragem de olhar para a vida dos nossos filhos.

As coisas acontecem debaixo dos nossos olhos.

Criança é esperta, mas temos que ser mais ainda. Pai e mãe têm que estar perto.

Criança não tem que ter senha.

Essa tal de privacidade é só quando eles saem de casa, só quando pagam as próprias contas.

O celular do filho não pode ser igual ao do pai.

Tem que haver hierarquia.

Cada mãe conhece o filho que tem. Mãe, no fundo, sabe o que está acontecendo com o filho. Não ignore suas sensações como mãe.

Elas são verdadeiras.

A mãe não erra o diagnóstico. Confie nos seus sentimentos de mãe.

A missão como pais é muito maior do que podemos imaginar.

E não é uma missão fácil.

Mais do que dar coisas, se dêem a seus filhos.

Questione seus filhos. Pergunte! Vigie! Investigue!

Existem muitos e muitos distúrbios psiquiátricos na infância.

O segredo da prevenção é família e amor.

Criança tem que ser amada.

Filho vai tentar se impor. Mas ‘combinados’ e regras devem existir.

Tem que haver respeito.

Tem que haver hierarquia.

Filho tem que desejar!

Tem que querer ganhar alguma coisa!

Tem que esperar ansiosamente pelo presente.

As coisas não são descartáveis.

Coloque na vida do seu filho que somos criadores, que vamos criá-los e que temos sonhos para eles.

Que a vida tem que ter sentido, além do dinheiro, do poder e de todas as possibilidades.

Que a vida os desafiará, mas a vida não encerra.

Cuidado!

O que os filhos trazem para o mundo é o que plantamos neles.

Estimule-os a serem verdadeiros. A verdade abre caminhos.

Converse. Incansavelmente.

Temos que nutrir a confiança.

Olhe para os seus filhos e entenda o que eles precisam.

(Extratos da palestra da Dra. Filó, pediatra em BH.)

Os filhos do quarto

Neste momento de consternação e tristeza sobre os fatos ocorridos na escola Raul Brasil (Suzano-SP), uma pausa para uma reflexão faz-se necessária. Precisamos conversar, ouvir, acolher, colocar limites, observar, assegurar nosso amor. Sim, temos muito trabalho para educarmos nossos filhos, mas não podemos abdicar da nossa função formadora. O Colégio ICJ está junto a cada um de vocês, nesta parceria.

Níblia Soares Moreira

Orientadora Educacional

 

OS FILHOS DO QUARTO

“Antes perdíamos filhos nos rios, nos matos, nos mares, hoje temos perdido eles dentro do quarto!

Quando brincavam nos quintais ouvíamos suas vozes, escutávamos suas fantasias e ao ouvi-los, mesmo à distância, sabíamos o que se passava em suas mentes.

Quando entravam em casa não existia uma TV em cada quarto, nem dispositivos eletrônicos em suas mãos.

Hoje não escutamos suas vozes, não ouvimos seus pensamentos e fantasias, as crianças estão ali, dentro de seus quartos, e por isso pensamos estarem em segurança.

Quanta imaturidade a nossa.

Agora ficam com seus fones de ouvido, trancados em seus mundos, construindo seus saberes sem que saibamos o que é…

Perdem literalmente a vida, ainda vivos em corpos, mas mortos em seus relacionamentos com seus pais, fechados num mundo global de tanta informação e estímulos, de modismos passageiros, que em nada contribuem para formação de crianças seguras e fortes para tomarem decisões moralmente corretas e de acordo com seus valores familiares.

Dentro de seus quartos perdemos os filhos pois não sabem nem mais quem são ou o que pensam suas famílias, já estão mortos de sua identidade familiar…

Se tornam uma mistura de tudo aquilo pelo qual eles têm sido influenciados e os pais nem sempre sabem o que seus filhos são.

Você hoje pode ler esse texto e amar, mandar para os amigos.

Pode enxergar nele verdades e refletir. Tudo isso será excelente.

Mas como Psicopedagoga tenho visto tantas famílias doentes com filhos mortos dentro do quarto, então faço a você um convite e, por favor aceite!

Convido você a tirar seu filho do quarto, do tablet, do celular, do computador, do fone de ouvido, convido você a comprar jogos de mesa, tabuleiros e ter filhos na sala, ao seu lado por no mínimo dois dias estabelecidos na sua semana à noite (além do sábado e domingo).

E jogue, divirta-se com eles, escute as vozes, as falas, os pensamentos e tenha a grande oportunidades de tê-los vivos, “dando trabalho” e que eles aprendam a viver em família, se sintam pertencentes no lar para que não precisem se aventurar nessas brincadeiras malucas para se sentirem alguém ou terem um pouco de adrenalina que antes tinham com as brincadeiras no quintal!”

(Texto de Cassiana Tardivo)

Uma palavra sobre o dever de casa

Lendo José Saramago, uma passagem me chamou a atenção “A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante se sentou na areia da praia e disse: “Não há mais que ver”, sabia que não era assim. O fim duma viagem é apenas o começo doutra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu lá, ver na Primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para os repetir, e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.” E muito claramente fiz uma analogia com o dever de  casa, a viagem não termina quando sinal soa para os alunos irem para casa, é lá que começa. A nossa ideia é que os alunos vão com interrogações, curiosidades, vontade de desvendar as sementes que plantamos, contudo o dever de casa tem se tornado cada vez mais conflituoso para famílias e escola, no mínimo controverso.

 

Muitas vezes o dever de casa torna-se o principal ponto de conflito entre escola e família, professores e alunos, pais e filhos. É inegável a importância deste instrumento para o desenvolvimento do hábito do estudo e da pesquisa, da disciplina intelectual, além de servir como extensão das atividades escolares. Entre pais e alunos, esse é um assunto bastante comum, pois afeta diretamente suas vidas, seu convívio, seus hábitos e suas rotina.

 

Durante a minha vida profissional e também como mãe, muitas vezes questionei os para casa, e às vezes até de forma incoerente, porque ao mesmo tempo em que reclamava da quantidade de para casa de um professor, queixava do outro que nunca dava para casa. Afinal, qual o objetivo pedagógico do dever? Tem quantidade para ser eficaz? Tem que dar em todas as aulas?

 

É certo que dever de casa é um recurso eficaz no que diz respeito à preparação do aluno para uma sociedade focada em resultados quantitativos e exames classificatórios, mas também contribui em aspectos disciplinares e no estreitamento das relações entre a família e a escola. Enquanto ferramenta pedagógica, a tarefa de casa deveria ser o momento de autonomia para o estudante, no qual ele realizaria a “repetição” ou tornaria o aprendizado “palpável”, sem pressão ou interferência, a fim de levantar as dúvidas, ter certeza se aprendeu e o quanto, de certa forma, é uma avaliação do processo de ensino-aprendizagem.

 

O papel primordial é a autodisciplina,  a habilidade mais difícil de ser trabalhada. Assim, os deveres de casa ensinam o aluno a desenvolver essa competência – que chega acompanhada de outras características como autorresponsabilidade, organização e capacidade de concentração – na prática. Em consequência disso, observamos que os alunos que têm o hábito do para casa e do estudo diário são os de maior facilidade de aprendizado, principalmente aqueles, cujas famílias interviram da maneira adequada, desde a educação infantil.

 

Não raro, tomamos conhecimento, por meio de atendimentos pedagógicos e até no cotidiano familiar dos fatores que levam ao stress em torno das tarefas de casa são muitos: falta de tempo (às vezes um acumulo de tarefas extracurriculares), dificuldade em impor regras e limites, falta de diálogo com a escola, dificuldades de aprendizagem, inadequação das intervenções, falta de material ou infraestrutura em casa, etc. Pensando em todos os aspectos e em pesquisa, podemos orientar as famílias com algumas dicas:

 

  • Crianças de 5 a 8 anos:

Aspectos formais: orientar apresentação, margem, letra, cabeçalho, recorte e uso de cola.

Aspectos de aprendizagem: o momento é de aprender a aprender.

 

  • Crianças de 8 a 10 anos:

Aspectos formais: continuar a monitorar dando independência, ensinar a controlar a agenda. Uma boa dica é montar um horário semanal para o dever e pedir a criança para deixar o caderno/livro com a tarefa para a família revisar e dar o visto à noite.

Aspectos de aprendizagem:

LEITURA/ESCRITA: o momento é de aprender a estudar.

Um caderno de estudo com cinco perguntas, no máximo, sobre os temas estudados.

 

  • Crianças a partir de 10 anos:

Aspectos formais: valorizar a importância da legibilidade da letra e a organização. Usar e abusar de post-its, canetas para grifar textos e pastas organizadoras.

Aspectos de aprendizagem: o momento de aprender as técnicas de estudo, fazer a gestão do tempo e checklists.

Os esquemas ajudam muito, pois os resumos são longos.

Os mapas conceituais também são formas rápidas de obter um estudo de qualidade.

O segredo não é estudar muito e sim estudar sempre.

 

Levando-se em consideração todas as ideias, lembramo-nos de que as viagens precisam de planejamento, rota, recordações, marcas, até de voltas, de explorar o mesmo lugar duas vezes. Por isso, vamos incentivar o para casa, elogiando nos momentos certos, intervindo em outras, separando um lugar adequado com recursos e estímulos certos, ajudando nossos filhos na autonomia, na construção de um aprendizado concreto, e ainda confiando nos professores.

 

A interrupção constante de aula: uma prática prejudicial

As solicitações das famílias de retirarem os filhos nos horários que antecedem ao término estipulado da finalização do turno é uma realidade cada vez mais presente nas escolas brasileiras. O fato é que tal situação ocorre numa rotina ativa a qual acaba por prejudicar o desenvolvimento do aluno e consequentemente a organização do professor.

O docente, por sua vez, no exercício de suas atribuições, norteia-se por meio de um planejamento distribuído por horários nos quais as disciplinas e os conteúdos são desenvolvidos, seguindo um referencial curricular o qual precisa ser cumprido na íntegra para que as inúmeras etapas de ensino-aprendizagem ocorram de forma gradual, significativa, efetiva e processual.

Nesse sentido, respeitar horários, regras e combinados também são habilidades que precisam ser trabalhadas e desenvolvidas no âmbito escolar. Assim, é dever das instituições de ensino orientar aos pais sobre os prejuízos ocasionados pela atitude de chegar atrasado ou sair antes do final da aula. Dentro do possível, a escola deve analisar as demandas e buscar atender às situações que não apresentam uma conotação rotineira, sobretudo por questões de respeito às famílias. Todavia, não podemos esquecer que educar também é respeitar combinados, regras e horários. Portanto, cada caso deve ser estudado e apresentado de forma consciente, sempre pensando no bom desenvolvimento do aluno.  Além disso, o diálogo, a parceria e a confiança entre escola e família são fatores essenciais para a boa convivência.

O problema é que na maioria das vezes, ao orientar ou informar às famílias sobre os prejuízos em atender demandas fora do que é habitual, gera-se insatisfação e falta de compreensão. Conscientizar que todos têm os mesmos direitos e que as regras devem ser cumpridas, sem exceções, não é tarefa fácil, mas vale lembrar que a incisão inesperada de aulas, seja ela por atraso ou por saída antecipada, interrompe a linha de raciocínio, dispersa e atrapalha os colegas, desorganiza a rotina de sala de aula, além de prejudicar o processo de ensino-aprendizagem.