A família é a primeira instituição com a qual a criança aprende a conviver. Aos poucos ela percebe o papel dos pais no seu dia a dia e assim vai estabelecendo uma maneira educada de lidar com os seus desejos, necessidades e frustrações.
As regras e limites devem ser trabalhados, incluindo-se aí o modo de agir com as pessoas. Tudo isso deve ser monitorado pelos pais ou adultos responsáveis pela criança. O diálogo, o bom exemplo e o afeto não podem faltar.
Quando a criança entra na escola, traz consigo parte dessa vivência. Mas nem sempre habilidades e hábitos adquiridos são suficientes para a harmonia no espaço escolar, repleto de diversidades.
Daí o surgimento de conflitos entre as crianças, o que é comum na infância. É através do outro que a criança se vê como sujeito de uma mesma realidade. Ocupar seu espaço nesse contexto pode significar disputas, ganhos e perdas, sentimento de exclusão ou de injustiça em busca do fazer parte do grupo, na conhecida socialização.
Qual é o papel da escola nesse processo? Trabalhar os valores universais, as diferenças, valorizar as atitudes de cooperação, de amizade, de solidariedade, de respeito ao colega e ao espaço de cada um e da coletividade. Também é fundamental identificar as desavenças surgidas para estratégias de solução.
E os pais, como devem contribuir para que a socialização da criança na escola aconteça de maneira tranquila? O ideal é que incentivem a convivência pacífica e a amizade com os colegas. Diante de desentendimentos surgidos, ouvir a queixa da criança e, se necessário, repassar à escola para que a equipe pedagógica possa averiguar os fatos e realizar as intervenções adequadas, dando um feedback à família. Porém, é preciso não tomar partido antes que tudo seja esclarecido.
O certo é que conflitos surgidos na escola devem ser resolvidos na escola, com acompanhamento dos profissionais que convivem com a criança e em alguns momentos com a ajuda e aconselhamento dos pais. É muito importante ensinar a criança a gerenciar suas raivas, emoções e habilidades sociais também em casa.
Em relação a casos específicos, sérios e reincidentes, que extrapolam as soluções da escola e da família, é aconselhável que sejam encaminhados a outros profissionais da área do comportamento humano para diagnóstico do caso e procedimentos cabíveis.