Atualmente, os avanços tecnológicos e científicos vêm despertando a consciência da necessidade de mudanças mais profundas, em razão do impacto das novas tecnologias no modo de vida contemporâneo. Estamos vivendo a quarta fase da Revolução Industrial que preconiza novas competências fundamentais tanto para a vida social, quanto para o mundo do trabalho. Vivemos e interagimos não apenas no campo físico, mas também no digital. A educação, portanto, passa a ter o desafio de preparar os alunos para lidar com as pessoas nesses dois âmbitos, extrapolando os limites geográficos e configurando uma nova cidadania.
A nova cidadania é global em sua essência (Ribble, Bailey, 2007, p.12). As Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) não podem ampliar a desigualdade social e devem estar a serviço da democracia, da socialização e da cidadania. O texto da Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2017) destaca a necessidade de que, além de determinar o que os estudantes devem “saber”, a escola priorize o que devem “saber fazer”, de modo a mobilizar conhecimentos e habilidades e considerar valores que lhes permitam, além de absorver as demandas complexas que a vida cotidiana lhes impõem, estar em condições de pleno exercício de uma cidadania “consciente, crítica e participativa” (Brasil, 2017, p.60).
O uso das tecnologias digitais disponíveis – cada vez mais disseminadas nos celulares, computadores, laptop, tablet, além de outros gadgets e aplicativos – vem pressionando para que os contextos educacionais discutam, se apropriem e incorporem suas aplicações nessa área. Consequentemente, isso sugere que a Internet seja reconhecida como uma espécie de praça pública planetária e nela, como em outros espaços coletivos, nossos comportamentos estão sob a consideração das noções básicas de cidadania e de cuidados com a nossa segurança. Seja qual for o ambiente digital usado, nossos direitos e deveres permanecem relevantes: mesmo na internet, há prescrições e limites para nossas ações e posturas.
A dinâmica de abertura e participação na Internet permite a expressão plural de culturas, comportamentos, estilos e conteúdos que são compartilhados em escala global. Os usos são sempre muito variados em cada contexto, favorecendo também a inovação nas práticas pedagógicas.
Mesmo que seja importante termos noções básicas de uso, educar para o manuseio seguro e consciente das ferramentas virtuais não depende de pleno domínio dos aspectos técnicos da Internet. A prioridade é desenvolver a noção de cidadania e autocuidados. Podemos afirmar que o uso da Internet abre um vasto mundo de possibilidades, além das oportunidades para lazer, estudo, trabalho e acesso à informação. Estar on-line é também estar exposto a situações de vulnerabilidade. Em relação à discussão sobre os riscos on-line, assim como em outros espaços, na Internet é fundamental diferenciar risco de dano. Reconhecer os riscos ajuda a evitar que gerem danos.
Educar para o autocuidado é uma das estratégias que também valem para o mundo digital, já que nem toda situação gera imediatamente um prejuízo. Quando temos condições de identificar uma situação de risco podemos reagir para evitar que elas gerem dados, o que vale também para as crianças e adolescentes.
Mesmo antes de existir uma lei específica para a Internet, as leis e as noções de cidadania já podiam ser aplicadas a esse novo espaço social. Mas já temos leis para esses espaços, como o Marco Civil da Internet no Brasil (LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014) que prevê como dever do Estado, em todos os níveis da Educação, incluir a capacitação para o uso seguro, consciente e responsável da Internet como ferramenta para o exercício da cidadania. A liberdade, a privacidade e a diversidade são alguns dos princípios destacados pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil como referências para uso e governança da Internet.
Uma boa dica para professores e alunos é a cartilha sobre segurança na Internet, produzida pelo Centro de estudos, resposta e tratamento de incidentes em segurança no Brasil: Clique Aqui!
O portal de segurança na Internet é imperdível e traz materiais diferenciados para crianças e adolescentes. Foi idealizado pelo e reúne iniciativas de conscientização sobre segurança e uso responsável da Internet no Brasil. Destaca-se pela qualidade das propostas e pela preocupação com os mais variados públicos: Clique Aqui!
Navegar na Internet pode ser sinônimo de perigo para crianças e adolescentes. O canal Futura trouxe este assunto para um debate: Clique Aqui! – (Entrevistadas: Kelli Angelini, assessora do Núcleo de Informação e coordenação do ponto br (NIC.br); Ana Carolina Fonseca, oficial da Unicef; Ágatha Mariana, analista de sistemas; Apresentação: Bernardo Menezes.)
Incentivando uma atitude positiva dos adolescentes e jovens no uso da rede mundial de computadores, a Unicef lançou o programa “Internet sem vacilo”: Clique Aqui!
Por Bernoulli Sistema de Ensino